Técnico conseguiu vitória convincente em sua segunda passagem pelo Jacaré e quer afastar clube o máximo possível do Z-4
O Altos, único representante do Piauí na Série C do Campeonato Brasileiro, não teve um início muito bom no torneio nacional. Nas oito primeiras rodadas, acumula seis derrotas e apenas duas vitórias, além de ter sido comandado por três técnicos diferentes.
Entretanto, com o retorno de Fernando Tonet, responsável pela campanha histórica na Série D de 2020 que rendeu o acesso inédito à Terceirona, o clube parece estar disposto a reagir: no último domingo (29), venceu o Ypiranga-RS por 3 a 0 no Lindolfo Monteiro, em Teresina, e deixou a lanterna.
Fernando Tonet, técnico do Altos (Foto: Teresina FM)
Na opinião do treinador, a vitória representa uma mudança de rumo para o Altos dentro da competição. “É um resultado que nos traz alento, tranquilidade e força para escapar do rebaixamento. Já havíamos apresentado um bom desempenho contra o Mirassol-SP na semana retrasada e eu não tinha dúvidas de que melhoraríamos ainda mais”, afirmou ao JT2 da Teresina FM nesta quarta-feira (1º).
Após o intervalo do duelo com o Ypiranga, Tonet promoveu a entrada do meia Dieguinho e do lateral Polegar, até então no banco de reservas. As substituições surtiram efeito: enquanto aquele abriu o placar para o Jacaré, este deu início à jogada que construiu o primeiro gol e se postou muito bem defensivamente.
“Não temos apenas onze jogadores titulares, mas um elenco de muita qualidade. Acredito que esse seja o grande diferencial do Altos e, por isso, desde que cheguei procuro incentivá-los a disputarem entre si a titularidade em diferentes posições, a fim de que briguem de forma saudável pelo seu próprio espaço. Mudei as peças no segundo tempo e a equipe ficou mais forte ofensivamente, imprimindo um ritmo maior”, avaliou.
Às vésperas do próximo compromisso do Alviverde, diante do Manaus, pela sequência da Série C, o treinador revelou que a comissão técnica realiza uma análise detalhada de todos os adversários da equipe, como os amazonenses e também o Ferroviário-CE, rival que sucederá o Esmeraldino. As estratégias, segundo ele, são elaboradas de acordo com os resultados das pesquisas.
Em relação ao alto número de jogadores no departamento médico – seis no total -, Tonet reforçou que o clube adota todos os cuidados necessários para evitar que os atletas se machuquem, mas há situações nas quais isso se torna inevitável.
Jogadores do Jacaré comemoram segundo triunfo do clube na Série C (Foto: Elziney Santos/FFP)
“É o caso do [atacante] Lucas Campos, que entrou na etapa final contra o Ypiranga e acabou machucando o joelho em uma disputa de bola. Fora essas situações inesperadas, procuramos dosar a carga de trabalho dos jogadores nos treinamentos cotidianos com o intuito de minimizar as possíveis lesões, mas esporte de alto rendimento sempre traz desgaste extremo, o que aumenta o risco de contusões”, ponderou.
Quanto ao seu contrato com o Jacaré, cuja duração de um ano foi recentemente revelada pelo presidente Warton Lacerda, o técnico salientou que, mesmo com o documento assinado, não há nenhuma garantia.
“O contrato pode ser rescindido a qualquer momento desde que a multa seja paga. Fiquei feliz quando o presidente me ligou e fez o convite de retornar, até pela história que temos com o Altos. Entretanto, definimos uma multa rescisória para ambas as partes: se eu optar pela saída, devo pagá-la; caso a diretoria o faça, ela é quem paga”, completou.