Coordenador técnico da entidade defende que a gestão municipal cubra os gastos necessários com acréscimo de veículos
Desde o advento da pandemia de Covid-19, a frota do sistema de transporte público de Teresina sofreu reduções significativas. Segundo a Superintendência Municipal de Trânsito (Strans), atualmente há cerca de 180 veículos circulando em todas as zonas da capital; a pasta determinou, na semana passada, que o número aumentaria para 250 a partir desta segunda-feira (7).
No entanto, para Vinícius Rufino, coordenador técnico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Setut), a medida depende de um acréscimo na quantidade de passageiros.
Foto: Teresina FM
“A gestão municipal define a capacidade da frota, mas existe uma prerrogativa contratual da necessidade da cobertura do custo. Se o número de usuários não paga os valores necessários para o aumento, o órgão gestor deve garantir as condições mínimas”, afirmou em entrevista ao JT1 da Teresina FM.
A incerteza quanto à disponibilização de mais veículos é justificada pela suspensão do retorno das aulas presenciais nas redes municipal, durante 15 dias, e estadual, até o início de março, em meio à rápida disseminação da variante Ômicron no Piauí.
Rufino explicou que os ônibus transportam entre 90 e 100 passageiros por viagem, nos horários de pico, e entre 30 e 50 no restante do dia. A taxa de renovação, índice que representa o embarque e desembarque dos usuários, é de 20%. Estes dados, afetados fortemente pelo cenário pandêmico, registram uma arrecadação 30% menor que a ideal.
“Para que tenhamos uma ideia, antes da pandemia, quando a frota era composta por 400 ônibus, tínhamos um número diário de 550 passageiros por veículo, totalizando 220 mil no sistema. Hoje, o sistema apresenta apenas 400 usuários por veículo”, apontou.
Foto: Divulgação/Strans
O coordenador do Setut garantiu que as empresas possuem carros disponíveis para integrar ao transporte público da capital, mas defendem a necessidade de um aporte de recursos, à semelhança de outras grandes cidades Brasil afora.
“Temos dialogado com a Prefeitura, proposto alternativas, cálculos de impacto, sugerido subsídios. Está claro para nós que o município deve instaurar uma comissão para determinar esses valores e melhorar a qualidade do sistema”, concluiu.