Entidade alega que Setut possui prazo de 10 dias para negociar assinatura da convenção coletiva da categoria
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro) anunciou nesta sexta-feira (11) que promoverá greve no sistema de transporte público de Teresina a partir do próximo dia 21 de março.
De acordo com Antônio Cardoso, presidente da entidade, o objetivo do tempo estipulado até a paralisação é persuadir o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Setut) a assinarem a convenção coletiva dos motoristas e cobradores de ônibus.
“Como de costume, o Setut é irredutível; não reconhece nossos direitos e massacra nossa categoria. Há trabalhadores que recebem R$ 700, R$ 800, mas outros ganham apenas R$ 180. Fica impossível viver com um salário desses. Passamos fome, entre outras necessidades, e queremos nossa convenção”, enfatizou.
O documento prevê garantias como tíquete-alimentação e plano de saúde, além de definir salários de R$ 2.039,00 para motoristas e R$ 1.288,00 para cobradores.
No último dia 3 de março, membros do Sintetro se reuniram com representantes da Prefeitura de Teresina e da Superintendência Municipal de Transportes (Strans), que se mostraram favoráveis em atender às demandas dos trabalhadores. Entretanto, o Setut não enviou nenhuma proposta oficial, o que levou a categoria a reconsiderarem a greve.
“Tentamos um acordo, que seria selado em um encontro mediado pelo superintendente Major Cláudio [Pessoa], mas o Setut boicotou a reunião; só apareceu um único empresário e, desse modo, não houve avanço. Recorremos então a uma nova assembleia, que contou com participação de líderes comunitários, vereadores e deputados, e marcamos a paralisação para o dia 21”, esclareceu Cardoso.
O presidente do Sintetro afirmou ainda que a entidade não deseja a greve, mas prosseguirá com ela, de forma unificada com outros sindicatos, se não houver qualquer tipo de negociação com as empresas de ônibus. “Queremos apenas nossos direitos de volta, retomar o que tínhamos e nos foi tirado”, frisou.